sábado, 10 de outubro de 2009

A recompensa depois do stress máximo: Veneza, a jóia dos mares

Passado o momento de êxtase que foi Giselle, tínhamos a idéia de sairmos da Ópera e ir até a ponte L'Alma para fazer um passeio de Bateau Mouche a noite pelo Sena, para aproveitar o máximo, já que estávamos próximos do centro... porém desistimos, e foi a decisão mais certa. Chegamos ao hotel às 10 da noite, arrumamos as malas e ainda falamos com o Henrique, e graças a Deus vimos os horários dos trens para o aeroporto na Internet. Começava aí nosso primeiro (e único até agora, graças a Deus) perrengue sério na Europa: nosso voo da Easyjet para Veneza era as 7 da manhã, e o check in estava marcado para as 6:00h. Em todas as companhias low fare como essas, não tem choro nem vela – atrasou, fica pra fora. Descobrimos pela internet que a Gare Du Nord, muito próxima do nosso hotel, abria as 4:30h, e o primeiro trem para o Aeroporto Charles de Gaulle saia as 4:56h, e o próximo era as 5:30h, o que já não daria para nós, pois o tempo estimado de trajeto era de 40 minutos. Ora, teríamos então que sair do hotel às 4:30h da manhã, para pegar o primeiro trem e garantir a chegada no aeroporto a tempo. Foi o que fizemos – só havia nós na rua, com as mega mochilas nas costas, e eu tinha esquecido que meu relógio estava atrasado alguns minutos, então chegamos na estação às 4:45h. Daria pra pegar o trem, se não fosse um imprevisto importante, fruto da falta de planejamento – não compramos os tickets do trem antes, e não havia bilheterias abertas, só caixas automáticos, e adivinha – tentamos pelo menos 5 vezes e as máquinas não aceitavam nossos cartões. Quando finalmente conseguimos os tickets, já tínhamos perdido o trem. Desespero total... pensamos em sair e pegar um taxi, mas não tínhamos visto nenhum na rua, resolvemos arriscar. Deus é muito bom conosco, e por isso o trem que passou as 5:30h não parou em quase nenhuma estação, pois era muito cedo, e fizemos o percurso em 20 minutos ao invés dos 40 minutos padrão. Descemos ainda 2 terminais antes do da Easyjet, e tivemos que correr muito para conseguir fazer o check in. Depois soubemos que carregávamos 14 kg nas costas cada um. Foi muito difícil chegar, mas conseguimos. Graças a Deus, chegamos faltando 2 minutos para o fim do check in, embarcamos para Veneza, depois de um mega stress físico e emocional. Ficam aqui as lições:

- Nunca planeje sair de uma cidade tão cedo, ou chegar muito tarde, se depender do transporte público.
- Adiante tudo o que puder: pesquisa de alternativas e horários dos trens na internet, e principalmente, compre os bilhetes com antecedência.

Bem, agora vocês imaginem como chegamos a Veneza... dormimos (preocupados) somente 3 horas, passamos um certo medo nas ruas, perdemos o trem, corremos como desesperados com 14 kg nas costas, pois já tínhamos dado o voo como perdido. Quando conseguimos finalmente embarcar, eu caí no sono profundo antes mesmo da decolagem, só interrompido pelo Paulo pra me mostrar os Alpes. Quando chegamos no aeroporto Marco Pólo foi fácil achar o ônibus para a estação de Mestre, cidade vizinha a Veneza onde ficamos. O detalhe é que não sabíamos que ele parava em pontos, ficamos com a idéia que ele só ia até o ponto final... aí vimos nosso hotel Guidi passar e o ônibus andar mais 15 minutos... ainda descemos no ponto final, na estação de trem de Mestre, e demoramos meia hora pra encontrar alguém que nos informasse um ônibus pra voltar... nem o taxi quis nos levar, pois o nome da rua do hotel era a mesma do bairro vizinho da estação, mas uma não tinha nada a ver com a outra... a essa hora eu já estava com vontade de chorar – exausta, com muita dor no corpo e com fome (sem café da manhã), e sem conseguir achar nosso hotel. Mas, finalmente o encontramos!

Agora vem a parte boa – Veneza é absolutamente incrível. Única no mundo, uma cidade que teima em existir há quase mil anos, afinal, é uma cidade construída sobre o mar. Como se não bastasse, é lindíssima, com seu labirinto de canais, casas, palácios e igrejas absolutamente conservados. Concordamos com nosso amigo Mário, que nos disse que única cidade que pode se comparar a Paris em beleza é Veneza. Tem toda a razão.


Vista da Igreja de Santa Maria della Salute

Em Veneza tem mesmo que se perder – ainda bem que as ruas indicam os caminhos principais da estação Pizzale Roma, de onde chegam e partem os ônibus e os vaporetti, (uma espécie de barcos-onibus, principal meio de transporte nessa cidade) a ponte do Rialto e a Piazza San Marco.

Ponte do Rialto no Grande Canal


Estação dos "vaporetti", principal meio de transporte em Veneza


Veneza tem infinitos canais e ruas, mas o mais importante deles é o Grande Canal, onde ficam os palácios mais luxuosos. A ponte mais importante do Grande Canal é a ponte do Rialto, onde há também calçadas onde se pode andar (todos os outros trechos do Canal só se acessam com os barcos). Ah, e também de gôndolas, as famosas gôndolas venezianas. Desde meados do século XVI todas as gôndolas tem que ser negras, para que não se ostente sua riqueza com elas. Os gondoleiros de Veneza andam na maioria uniformizados com camisas de listras negras ou vermelhas e um charmoso chapéu. As gôndolas tem nomes de mulher também, todas elas. Claro que fizemos o passeio de gôndolas (mesmo custando uma pequena fortuna – 80 euros por 35 minutos, mas já tínhamos provisionado essa despesa, afinal, aqui é o único lugar no mundo que se pode andar de gôndola), e a nossa gôndola se chamava Beatrice. Inesquecível.

Nós com Beatrice (a gôndola), e Ale, nosso gondoleiro


Ca´Doro, precioso palácio que foi da grande bailarina Maria Taglione


A Piazza San Marco, a Basílica de San Marco e o Palazzo Ducale merecem um parágrafo a parte. Até agora foi a igreja mais luxuosa que vimos – maravilhosa. Mais de 4 mil metros quadrados de mosaicos, na sua maioria dourados, dentro e fora da Basílica, uma coisa impressionante. A quantidade de mármore e a variedade de cores também impressionaram, bem como o tamanho dessa magnífica obra. Anexos estão os museus da Piazza, a Torre do Relógio e o Palazzo Ducale, espécie de palácio do governo na época do apogeu de República de Veneza (entre 1200 e 1500).

A majestosa Basílica de San Marco


Palazzo Ducale


Aprendemos que Veneza foi a sede de um império muito rico e poderoso nesse período, e rivalizava com Constantinopla pelas riquezas obtidas com a navegação no oriente. Até se descobrirem rotas alternativas a cidade era soberana, e seus mercadores e famílias influentes e poderosas competiam entre si com as construções de palácios no Grande Canal. Foi tomada por Napoleão mais tarde, e este foi responsável pela abertura da Galleria Della Academia, o maior acervo de arte bizantina e medieval da Europa. Fomos até lá também. Fiquei meio encafifada porque descobri depois da visita que a Academia de Veneza possui o Homem Vitruviano de Da Vinci, seu desenho mais famoso (aquele do homem em duas posições diferentes, sobrepostas), porém concluí que ele não está exposto, senão as filas e a divulgação seriam maiores, imagino.

Ficamos em Veneza um dia e meio, mas como conseguimos aproveitar mesmo somente um dia, pois na chegada estávamos exaustos. Faltou um dia para conhecer as ilhas de Murano (vidros), Burano (pescadores) e Torcello, por isso recomendamos 3 dias inteiros para os que vêm. Veneza é mágica, imperdível, magnífica e única. Todas as nossas estrelas para essa jóia dos mares.

1 comentários:

Anônimo disse...

Nossa acho que essa foi a parte que mais gostei (sim estou fazendo comentários retroativos, sorry mas não tinha energia nem conexão para acompanhá-los de Orlando...vcs descobrirão porque quando forem com o Henrique)!!
1- na sua foto da ponte Rialto aparece o hotel que ficamos, um rosa no canto direito.
2- que sorte que não pegaram Veneza debaixo d´água heim!!!! vcs não imaginam o FEDÔ!!
tô adorandooooo ler tudo de uma vez,
bjos
mo
(nique)

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